São Tomé e Príncipe já tem a sua primeira central fotovoltaica

22 de June de 2023

A primeira central fotolvotaica do país está a ser construida com apoio de parceiros

Edlena Barros

A primeira central fotovoltaica do país já está em pleno funcionamento e a produzir energia para a rede nacional. Inaugurada em agosto e ligada a rede três meses depois a minicentral tem produzido, em média, 300kwp nos horários de maior incidência solar. A central de Santo Amaro tem capacidade estimada de 540kwp (kilowat pico) e os registos de produção têm demostrado bons resultados até agora. Este projecto está orçado em cerca de USD 690.000 financiado pelo Fundo para ambiente Global,GEF, através do PNUD, contemplou além dos custos de instalação, a capacitação de uma grande equipa da EMAE para a manutenção da central fotovoltaica, o fornecimento de peças sobressalentes e cobertura de dois anos de manutenção. 

Com a conclusão da primeira fase o projecto segue para a sua segunda etapa que é financiada pelo Banco Africano de Desenvolvimento, para a instalação de painéis solares, na zona sul da central de Santo Amaro, com capacidade estimada de 1,7 MWp. A ligação destas infraestruturas a rede nacional para a sua distribuição será feita na terceira fase pela UNIDO, que com recursos do GEF para a construção do Posto de Corte que permitirá unir em segurança e injetar na rede nacional a produção das centrais solares com a produção dos atuais grupos geradores. 

Esta energia limpa representa cerca de 1/10 da produção atual e irá apoiar na redução dos custos com a energia produzida a combustível fóssil que atualmente é a única fonte de produção energética na rede do país.

Os sucessivos e pesados encargos financeiros que o país tem vindo a sofrer nos últimos anos resultam da forte dependência de combustíveis fósseis importados para a produção de electricidade. No atual contexto global de aumento considerável dos preços dos combustíveis, esta dependência poderá acarretar sérios constrangimentos para a saúde financeira do país a não ser que se encontrem mecanismos para diminuir progressivamente a produção de eletricidade com recurso ao gasóleo.  

As Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDC) recentemente atualizadas, espelha bem este compromisso de redução das emissões de GEE provenientes do sector da energia através dum incremento das energias renováveis até 49Mwp, principalmente em solar, hidroelétrica e biomassa. 

Estas prioridades alinham com os Objectivos de Desenvolvimento Sustentável 7 e 13 no âmbito da Agenda 2030 da ONU. Nesse sentido, o PNUD, em colaboração com o BAD e a UNIDO, está a apoiar o governo na execução destes planos. O trabalho conjunto destas três agências reafirma o compromisso assumido pelo país relativamente a proteção do ambiente e adoção de medidas capazes de diminuir o impacto das mudanças climáticas.