Seminário internacional destaca papel do Estado diante dos desafios globais

"State of the Futures 2" é uma iniciativa do MGI, com apoio do PNUD, que lança também relatório sobre democracia e desigualdades na região.

6 de Outubro de 2025
Three panelists with microphones on stage at States of the Future 2 conference.

Embaixador André Corrêa do Lago, ministra Esther Dweck e diretora socioambiental do IBGE, Thereza Campello na abertura do States of the Future 2.

Foto: Ana Carolina Fernandes.


Rio de Janeiro (RJ) -- Promover um diálogo estratégico sobre a capacidade do Estado diante da emergência climática e dos desafios globais da governança democrática é a proposta do seminário internacional “States of the Future 2: rumo à COP 30”, que se realiza hoje (6/10) amanhã no Rio de Janeiro. Promovido pelo Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI), mediante parceria com o PNUD e apoio da Organização dos Estados Ibero-americanos (OEI) e da Fundação Getúlio Vargas (FGV), o seminário teve, em sua abertura na manhã de hoje, a presença da ministra Esther Dweck; do presidente da COP30, embaixador André Corrêa do Lago; do chefe do PNUD no Brasil, Cláudio Providas; entre outras autoridades. No âmbito do seminário, o PNUD lançou o relatório “Estado, Democracia e Desigualdades na América Latina e Caribe”, resultado de parceria entre PNUD, MGI e Centro Latino-americano de Administração para o Desenvolvimento (CLAD).

Na abertura do seminário na manhã de hoje, a ministra Dweck ressaltou a importância de fortalecer capacidades estatais de forma preventiva, aprendendo com eventos extremos recentes e preparando o Estado para respostas mais rápidas e eficazes. “Não basta reagir às crises; precisamos estruturar processos, instrumentos e servidores para que o Estado esteja sempre pronto para enfrentar grandes desafios, incluindo os relacionados à mudança climática e ao desenvolvimento sustentável”, afirmou.

Dweck destacou também os avanços na utilização de dados e na interoperabilidade entre órgãos, que permitem mais eficiência e melhores serviços à população, além de melhorar a qualidade do gasto público. “Apenas neste ano, essa integração de dados gerou uma economia estimada de quase R$ 5 bilhões, beneficiando tanto o setor público quanto o privado, que passam a não precisar reenviar informações, autenticar documentos ou duplicar processos, aumentando a eficiência e garantindo maior celeridade nas entregas”, disse a ministra.

O presidente da COP 30, Andre Corrêa do Lago, destacou o papel central do Estado diante dos desafios climáticos e a necessidade de respostas rápidas e coordenadas frente a eventos extremos, como as fortes chuvas no Rio Grande do Sul no ano passado, lembrando que a capacidade de coordenação permitiu proteger a população e minimizar os danos “O papel do Estado é absolutamente central. Tudo que funciona no Estado é normal, e tudo que falha é um absurdo. Mas a quantidade de coisa normal que o Estado faz é muito impressionante. A experiência recente mostrou que o Estado consegue se organizar e agir com rapidez frente a crises extremas”, disse.

A partir dessa reflexão, Corrêa do Lago ressaltou a importância de fortalecer a cooperação internacional e o multilateralismo como instrumentos estratégicos para enfrentar crises globais: “Fortalecer o multilateralismo não é apenas uma frase diplomática, isso significa garantir que as instituições internacionais funcionem como Estado, representando a democracia internacional e permitindo que países pequenos e médios tenham voz diante de crises globais, como a mudança do clima”, disse.

A diretora socioambiental do Banco Nacional do Desenvolvimento (BNDES), Tereza Campello, ressaltou a capacidade do Estado brasileiro de mobilizar recursos e coordenar ações em momentos de crise, destacando os resultados positivos das respostas recentes. “Mesmo diante de grandes desafios, o Estado brasileiro demonstrou uma capacidade extraordinária de organização e ação. A resposta rápida e coordenada permitiu enfrentar eventos extremos e mostrar que é possível implementar soluções eficazes para proteger pessoas, empresas e comunidades”, salientou.

Lançamento – Ao lançar o relatório “Estado, Democracia e Desigualdades”, em painel com mediação da ministra Esther Dweck, o representante do PNUD no Brasil, Claudio Providas, alertou para a importância de alinhar a percepção dos cidadãos com a atuação do Estado. “Muitos jovens não se conectam mais com a história dos pais e avós” e, por isso, tendem a valorizar menos a democracia, o papel do Estado. Lembrou também o fato de o Brasil ser referência mundial em várias áreas de atuação do Estado, como os programas de transferência de renda e a adoção imediata do conceito de desenvolvimento humano para dimensionar a situação do país.

Às vésperas da 30ª Conferência das Partes (COP 30), o seminário "States of the Future 2" propõe um diálogo estratégico sobre um pré-requisito fundamental para o desenvolvimento sustentável: a Capacidade do Estado. Esta é a segunda edição do seminário. Em 2024, em paralelo ao grupo de trabalho de desenvolvimento do G20, o evento reuniu cerca de 200 painelistas e líderes mundiais para debater as capacidades estatais necessárias para que governos e sociedades respondam de forma coordenada aos choques e às demandas do século XXI.

Neste ano, o debate recai sobre as mudanças climáticas, especialmente as transformações institucionais, tecnológicas e climáticas necessárias para a construção de sociedades mais resilientes, justas e sustentáveis.

Com informações do MGI.