Nomeada jovem líder da Generation17, a empreendedora afirma que as mulheres exercem papéis fundamentais na resposta comunitária a desastres.
Renata Koch Alvarenga: uma voz brasileira na liderança climática global pela justiça de gênero
10 de Julho de 2025
"Precisamos de maior representatividade política, políticas públicas feministas, financiamento participativo e mais integrado às comunidades, e escuta ativa de quem está na tomada de decisão", afirma a jovem empreendedora.
Em um cenário global onde os desafios climáticos se intensificam, a voz da juventude e, em particular, a de mulheres do Sul Global, se faz ouvir com urgência e soluções inovadoras. Renata Koch Alvarenga, brasileira nomeada jovem líder da Generation17 – iniciativa conjunta do PNUD e da Samsung –, personifica essa nova liderança. Para ela, ser uma jovem líder não é apenas um reconhecimento pessoal, é também motivo de grande responsabilidade.
Ao perceber a ausência de mulheres jovens – especialmente da América Latina – nos espaços de decisão climática, Renata fundou a EmpoderaClima, organização que atua desde 2019 pela justiça climática com recorte de gênero.
Sua própria trajetória como ativista no Rio Grande do Sul, um estado vulnerável a eventos extremos, e sua participação como jovem ativista na COP21 em 2015, foram decisivas. "Ficou evidente para mim que a ambição climática que tanto se buscava não poderia ser alcançada sem uma abordagem de gênero", afirma Renata.
O trabalho da EmpoderaClima se estrutura em três pilares: educação climática, capacitação de jovens mulheres e participação em espaços de tomada de decisão global. A organização, com mais de 50 voluntárias e voluntários na América Latina, tem como destaque uma base de dados multilíngue sobre gênero e clima.
O trabalho é complementado por programas como o "EmpoderaClima nas Escolas", que leva educação climática inclusiva para regiões vulneráveis, e o "Empoderando pelo Clima", que capacita jovens brasileiras com mentoria e apoio financeiro para projetos locais. Recentemente, em resposta às enchentes no Rio Grande do Sul, o programa "Mulheres pela Resiliência Climática" foca em fortalecer a gestão comunitária de desastres, colocando mulheres como protagonistas na construção de resiliência local.
"Precisamos de maior representatividade política, políticas públicas feministas, financiamento participativo e mais integrado às comunidades, e escuta ativa de quem está na tomada de decisão", enfatiza a jovem empreendedora.
Segundo Renata, a crise climática aprofunda desigualdades preexistentes, e a conexão entre mudanças climáticas e desigualdade de gênero precisa ser amplamente compreendida. "As mulheres, especialmente as do Sul Global, já estão enfrentando os impactos da crise climática no seu dia a dia e, ao mesmo tempo, estão liderando soluções com coragem, criatividade e empatia. Reconhecer esse protagonismo é essencial para construirmos uma transição justa e realmente eficaz. Quando colocamos as mulheres no centro, toda a sociedade avança”, explica.
Renata afirma ter otimismo em relação ao futuro, pois vê nos jovens a capacidade de causar mudanças positivas de alto impacto e grande escala. Para a juventude brasileira, ela dá o recado: "Comece o trabalho que faz seu coração bater mais forte, mesmo que seja de onde você está, com o que você tem no momento. Busque coletivos e organizações locais, troque experiências, se informe e não subestime o impacto das pequenas ações, pois elas são essenciais. Acima de tudo, acredite que sua voz importa."
Generation17 – A iniciativa Generation17 nasce do compromisso compartilhado entre Samsung e PNUD de promover os Objetivos Globais por meio do potencial transformador da tecnologia e do engajamento jovem. A parceria teve início em 2019 com o lançamento do Samsung Global Goals App, que ajuda os usuários a aprender e apoiar os ODS no uso diário de dispositivos Galaxy. Com quase 300 milhões de usuários, o aplicativo já arrecadou mais de 20 milhões de dólares para os esforços de desenvolvimento sustentável do PNUD. A Generation17 destaca o potencial dos jovens como atores-chave na conquista dos Objetivos Globais até 2030.
Em 2025, cinco novos jovens líderes trazem soluções poderosas e de base comunitária para alguns dos desafios mais urgentes do mundo, incluindo a conservação climática e dos oceanos, igualdade de gênero e educação inclusiva. São eles: Brigitta Gunawan (Indonésia), José Francisco Ochoa (Equador), Renata Koch Alvarenga (Brasil), Rahaf Abu Mayyaleh (Jordânia) e Soumya Dabriwal (Índia).
Saiba mais sobre a Generation17: https://undp.org/generation17
Samsung Global Goals App: https://www.samsung.com/us/apps/samsung-global-goals/