PNUD sedia em Brasília evento pré-COP30 sobre sociobioeconomia

Encontro internacional lançou a Declaração Sul–Sul para integrar a sociobioeconomia à agenda climática global rumo à COP30 em Belém .

16 de Outubro de 2025
Panel discussion with three people at a table, Brazil flag and banner behind, audience.

O chefe do PNUD no Brasil, Claudio Providas, participou do evento e destacou: a sociobioeconomia é a uma solução inovadora e essencial, modelo regenerativo, baseado em florestas, biodiversidade e saberes tradicionais, que integra conservação, inclusão produtiva e transição justa.

Daniel Ferreira / PNUD Brasil

Como preparação para a COP30, o PNUD sediou o encontro “A Sociobioeconomia como Solução Climática do Sul Global – Rumo à COP30” na Casa da ONU em Brasília (DF), nesta quinta-feira (19/10). O evento reuniu representantes de governos, organizações da sociedade civil, movimentos comunitários e instituições internacionais para lançar oficialmente a Declaração Sul–Sul sobre Sociobioeconomia.

O evento foi realizado pelo Instituto Conexões Sustentáveis (Conexsus) e Ambition Loop, com apoio da Climate and Land Use Alliance (CLUA) e Skoll Foundation, e em parceria com o PNUD, no âmbito do Projeto Floresta+ Amazônia. O principal objetivo foi buscar consolidar a sociobioeconomia como eixo estruturante da ação climática internacional, conectando práticas territoriais, políticas públicas e mecanismos de financiamento.

Durante o encontro, o representante do PNUD no Brasil, Claudio Providas, ressaltou o papel da parceria do PNUD com o governo brasileiro na colaboração dos debates e pactuações para a COP30, sobretudo no tema da sociobioeconomia. “Com o apoio do PNUD, principalmente nos biomas Amazônia, Cerrado e Caatinga, temos colaborado com organizações e o Governo Federal para o protagonismo e o papel dos povos indígenas, das comunidades tradicionais e da agricultura familiar não apenas como agentes de conservação, mas como geradores de valor econômico, serviços ecossistêmicos e inovação produtiva”, destacou. 

“A sociobioeconomia é o caminho para valorizar comunidades que conservam florestas e geram soluções concretas para o clima. Este evento é uma oportunidade de pactuar compromissos globais, a partir do olhar do Sul Global e tendo povos e comunidades tradicionais, indígenas e agricultores familiares como protagonistas da agenda climática”, destacou  a diretora-executiva da Conexsus, Fabíola Zerbini.

A Declaração Sul–Sul pela Sociobioeconomia como Solução Climática Global, lançada durante o evento, reúne organizações que representam uma base social e territorial sem precedentes no campo da ação climática. Entre seus signatários estão a Rede de Comunidades Indígenas e Locais para a Gestão Sustentável dos Ecossistemas Florestais na África Central (REPALEAC), que articula mais de 200 organizações indígenas e comunitárias da África Central; a  Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab); a União Nacional das Cooperativas de Agricultura Familiar e Economia Solidária (Unicafes), que juntas conectam centenas de povos, comunidades tradicionais e cooperativas da agricultura familiar em todo o Brasil; e a LTKL, rede que reúne governos distritais de seis províncias da Indonésia comprometidos com o desenvolvimento sustentável de base territorial.

Clima, natureza e finanças -- Na Pan-Amazônia e América Central, a iniciativa conta ainda com o engajamento de redes apoiadas por alianças filantrópicas e científicas internacionais, fortalecendo a ponte entre comunidades, academia e políticas públicas no avanço da sociobioeconomia como eixo de mitigação, adaptação e justiça climática. “Precisamos criar os mecanismos para assegurar o realinhamento entre clima, natureza e finanças. A bioeconomia oferece soluções para garantir que as conexões entre objetivos sócio-ambientes e a produção possam ter métricas e resultados combinados”, afirmou o enviado Especial da COP30 para Bioeconomia, Marcelo Behar.

Além da equipe do PNUD, estavam presentes no encontro representantes da presidência da COP30; da Secretaria de Bioeconomia do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA); da Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA), Conselho Nacional das Populações Extrativistas (CNS), da Coiab,  e do World Resources Institute (WRI Africa).

O evento marcou o início da mobilização para Belém (PA), sede da COP30 neste ano, consolidando uma rede de atores do Sul Global comprometida em colocar a sociobioeconomia no centro das negociações climáticas internacionais.


Sobre o Projeto Floresta+ Amazônia – É uma iniciativa do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), implementada em cooperação com o PNUD e financiamento do Fundo Verde para o Clima (GCF). O projeto reconhece e recompensa agricultores familiares, povos indígenas, comunidades tradicionais e empreendedores da sociobioeconomia que conservam a floresta em pé. Umas das frentes de atuação, é o  fortalecimento da sociobioeconomia da Amazônica, por meio de apoio e aceleração de negócios sustentáveis nos territórios amazônicos. Por meio de Pagamentos por Serviços Ambientais (PSA) e apoio técnico, o Floresta+ Amazônia fortalece a produção sustentável, a inclusão social e o desenvolvimento local sustentável, contribuindo diretamente para o enfrentamento das mudanças climáticas e a valorização da Amazônia viva.