A Jornada Online Primeira Infância (JOPI) chega à terceira edição com uma missão ainda mais clara: fortalecer o atendimento à primeira infância no Sistema Único de Assistência Social (SUAS) e apoiar o processo de reordenamento das visitas domiciliares do programa Primeira Infância no SUAS/Criança Feliz. Fruto de parceria – estabelecida em 2017 – entre o PNUD, o Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS) e a Fundação Van Leer (FvL), a iniciativa tem como foco principal a qualificação técnica de profissionais que acompanham famílias em situação de vulnerabilidade social.   

Mais que uma capacitação, a JOPI é considerada uma trilha de aprendizagem inovadora. Desenvolvida com recursos interativos como vídeos, áudios, quizzes e roteiros de equipe compartilháveis, a formação prepara visitadores, supervisores e gestores para promover o desenvolvimento integral de crianças de zero a seis anos e fortalecer os vínculos familiares. O conteúdo, recomendado e avaliado positivamente pelos participantes, é baseado na abordagem da parentalidade positiva, que valoriza uma criação mais acolhedora e saudável. 

“Fortalecer a primeira infância é investir no desenvolvimento sustentável e na superação da pobreza. Trabalhamos para garantir que cada criança tenha as oportunidades necessárias para alcançar seu pleno potencial”, afirma a oficial de programa do PNUD no Brasil, Maria Teresa Amaral Fontes.

Desde o lançamento da JOPI, em 2019, a jornada já passou por três ciclos, com 15.865 certificações emitidas. A JOPI 1 foi voltada aos visitadoras e visitadores sociais, com temas como a pedagogia do brincar, desenvolvimento motor e rotina de cuidados. A segunda edição, lançada em 2022, preparou supervisoras, supervisores e multiplicadoras e multiplicadores para liderar equipes em municípios de todo o país. Com quatro trilhas formativas — Gestante, Uso de Telas, Criança com Deficiência e Liderança — a JOPI 2 capacitou mais de 3 mil profissionais, com 3.095 certificados emitidos.  

A nova edição, lançada em fevereiro de 2025, reforça o papel estratégico da formação dentro do SUAS. Com conteúdo atualizado e alinhado ao reordenamento do programa, a JOPI 3 envolveu 6.145 profissionais de todos os estados brasileiros. Entre os temas centrais, estão a corresponsabilidade nos cuidados infantis e a integração das políticas públicas para a primeira infância dentro da proteção social básica.

“O lançamento dessa terceira edição tem caráter muito especial, pois celebra a integração das visitas domiciliares com foco na primeira infância ao SUAS, conforme o reordenamento que vem sendo implementado”, destaca a representante da Fundação Van Leer no Brasil, Cláudia Vidigal.

Elias Oliveira, diretor do Departamento de Proteção Social Básica da Secretaria Nacional de Assistência Social, ressalta a importância do momento: “A JOPI é fundamental para incluir os conteúdos e processos do reordenamento do Serviço da Primeira Infância. Essa transição — de programa para serviço — exige a disseminação de novos conteúdos entre gestores e trabalhadores, garantindo a continuidade e a qualidade do atendimento prestado à população.”

A relevância da JOPI também se reflete nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). A jornada contribui para o ODS 1 (Erradicação da Pobreza), ao apoiar famílias vulneráveis; para o ODS 2 (Fome Zero e Agricultura Sustentável), ao promover ações que favorecem a segurança alimentar e a nutrição adequada na infância; para o ODS 3 (Saúde e Bem-Estar), ao favorecer práticas que reduzem a mortalidade infantil e promovem o desenvolvimento saudável; para o ODS 4 (Educação de Qualidade), ao capacitar profissionais da assistência social e ampliar oportunidades de aprendizagem na primeira infância; para o ODS 5 (Igualdade de Gênero), ao contribuir para a proteção de meninas contra práticas nocivas e garantir igualdade de oportunidades; para o ODS 10 (Redução das Desigualdades), ao assegurar que todas as crianças tenham acesso ao cuidado e estímulo necessários; e para o ODS 16 (Paz, Justiça e Instituições Eficazes), ao proteger crianças contra violência, exploração e negligência, e garantir seu direito à identidade.