As Pessoas no Centro do Futuro de Angola

27 de Fevereiro de 2025
A large group of people posing together in an indoor venue with modern architecture.

Encontro com os Jovens durante a missão da RD em Angola

UNDP Angola

Angola encontra-se num momento decisivo. Ao celebrar 50 anos de independência, no mesmo ano em que o PNUD assinala 60 anos de parceria para o desenvolvimento a nível mundial, destaca-se uma verdade essencial: a transformação sustentável só é possível quando as pessoas, especialmente jovens e mulheres, lideram esse processo.

Esta verdade ganhou vida aquando da recente visita da Administradora Assistente das Nacões Unidas e Directora Regional do PNUD para África, Ahunna Eziakonwa. No início deste ano emblemático, a sua missão evidenciou como as comunidades estão a impulsionar mudanças concretas desde centros de transformação com energia solar na Huíla a laboratórios de inovação em Luanda.

Nos encontros com dirigentes nacionais, incluindo o Presidente João Lourenço, os diálogos centraram-se em traduzir a visão de desenvolvimento de Angola em impacto real ao nível das comunidades. As conversas foram para além das estratégias macroeconómicas, abordando como o empreendedorismo e a inovação podem criar empregos, capacitar os jovens e transformar as economias locais.

Three young women plant seeds in trays inside a greenhouse, focused on their work.

Jovens na Cidadela da Matala

UNDP Angola

Isto é evidente nas regiões Palanca e Gambos, na província da Huíla, onde os painéis solares apoiados pelo PNUD alimentam centros locais de transformação alimentar, convertendo a agricultura de subsistência em negócios sustentáveis. 

No centro de formação profissional e na Cidadela de Jovens da província, os sistemas solares cumprem uma dupla função: para além de formarem jovens em tecnologias renováveis, garantindo-lhes competências para a transição energética verde de Angola, asseguram também a continuidade da formação técnica e profissional nas áreas de tecnologias de informação, carpintaria, serralharia e técnicas de produção agro-pecuária, um dos sectores-chave para o crescimento do país.

O potencial agrícola de Angola ao longo do Corredor do Lobito pode redefinir o comércio regional, se os produtores estiverem ligados à tecnologia.

Isto reforça o portefólio do PNUD sobre o Futuro do Trabalho em Angola. Através de programas como o Kurima, que alia competências digitais, energia renovável e inclusão de género, pequenos produtores estão a conquistar novos mercados e maior visibilidade para os seus produtos.

Com dois terços da população angolana com menos de 25 anos, o empoderamento da juventude permanece uma prioridade. Como partilhou a jovem empreendedora Zenilda, após a formação em competências digitais:

"O curso superou as minhas expectativas! Aprendi a planear negócios agrícolas e a utilizar ferramentas digitais para expandir o nosso alcance no mercado."

Contudo, mesmo com oportunidades em crescimento, jovens mulheres como a Zenilda continuam a enfrentar desafios persistentes no seu percurso profissional, uma realidade evidenciada no diálogo sobre Mulheres na Liderança.

O encontro destacou o papel central das mulheres na transformação da sociedade e na construção de um futuro mais justo. As participantes sublinharam a necessidade urgente de criar oportunidades para que todas as mulheres possam liderar, inspirar mudanças e acelerar o progresso.

A visita de Ahunna consolidou uma visão partilhada. O 50º aniversário da independência de Angola não é apenas um marco, é uma plataforma de lançamento. Ao centrar as mulheres, os jovens e as comunidades marginalizadas nas estratégias de desenvolvimento, o país pode transformar o seu diferencial demográfico em crescimento sustentável.

O papel do PNUD? Potencializar o que resulta. Fazer a ponte entre a política e a prática, o potencial e a oportunidade, e a inovação e a inclusão. Porque quando as pessoas prosperam, as nações transformam-se.