Desigualdade e inteligência artificial em destaque no novo Relatório de Desenvolvimento Humano apresentado pelo PNUD

Angola mantém-se na categoria de desenvolvimento humano médio, ocupando a 148.ª posição entre 193 países e territórios, com um valor de IDH superior à média da África Subsaariana e dos Países Menos Avançados

21 de Maio de 2025

O Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) apresentou hoje, em Luanda, a edição de 2025 do Relatório de Desenvolvimento Humano, sob o título Uma questão de escolha: Pessoas e Possibilidades na Era da Inteligência Artificial”.

O relatório analisa os avanços globais em saúde, educação e rendimento através do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) e alerta para uma desaceleração sem precedentes no progresso humano a nível mundial, com desigualdades crescentes entre países ricos e pobres. Fora os anos críticos da pandemia (2020–2021), o crescimento do IDH em 2024 foi o mais fraco desde 1990.

A conference setting with an audience facing a large screen and colorful seating arrangements.

Apresentação do Relatório aconteceu a 21 de Maio em Luanda

PNUD Angola

Neste contexto de estagnação, a Inteligência Artificial (IA) surge como uma potencial aliada para desbloquear novas formas de progresso, desde que seja utilizada de forma ética, centrada nas pessoas e acompanhada por políticas públicas inclusivas.

Apesar dos riscos, o relatório revela uma percepção de optimismo: seis em cada dez pessoas inquiridas acreditam que a IA terá impacto positivo nas suas vidas profissionais, e dois terços esperam utilizá-la em áreas como educação, saúde ou trabalho já no próximo ano.

O PNUD defende uma abordagem centrada nas pessoas para a integração da IA, promovendo:

  • a colaboração entre humanos e máquinas,

  • a inclusão de vozes humanas em todo o ciclo de vida das tecnologias, e

  • a modernização de sistemas educativos e de saúde para responder aos desafios do século XXI.

Angola mantém-se na categoria de desenvolvimento humano médio, ocupando a 148.ª posição entre 193 países e territórios, com um valor de IDH superior à média da África Subsaariana e dos Países Menos Avançados. Entre 1999 e 2023, o país registou uma melhoria contínua no valor do IDH, bem como um aumento significativo na esperança de vida à nascença e nos principais indicadores de educação.

A inteligência artificial já não é o futuro – já está cá. Está a remodelar as economias, as instituições e a vida quotidiana. A forma como a utilizarmos determinará o rumo do nosso continente. O verdadeiro desenvolvimento só é possível se for partilhado de forma equitativa.
Denise António, RR PNUD Angola

A apresentação do relatório foi seguida de um painel de debate com representantes da sociedade civil, comunicação social e sector privado, que reflectiram sobre as implicações da IA e da desigualdade no contexto nacional.