PNUD e MMA vão apoiar a implantação de 25 projetos em territórios indígenas amazônicos em parceria com a Funai

Serão investidos aproximadamente R$ 20 milhões nessas comunidades no âmbito do projeto Floresta+Amazônia

4 de April de 2024

O Projeto Floresta+ Amazônia, no âmbito da Modalidade Comunidades, em parceria com Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), apoiará a execução de 25 projetos nos territórios indígenas dos estados do Acre, Amapá, Amazonas, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Roraima e Tocantins. São iniciativas que visam fortalecer a gestão ambiental e territorial e ainda promover a autonomia social e econômica das populações indígenas. Ao todo, serão investidos aproximadamente R$ 20 milhões nessas comunidades.

A Funai, instituição membro do Comitê Consultivo do Floresta+ Amazônia, assinou com o Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima um Acordo de Cooperação Técnica para apoiar a implementação da modalidade Comunidades. O Acordo, que está sob a gestão da Diretoria de Promoção ao Desenvolvimento Sustentável (DPDS) da Funai, prevê a participação do órgão no processo de seleção dos projetos locais, bem como no monitoramento da sua implementação nas comunidades e territórios beneficiados. 


“Participar do processo de seleção das propostas recebidas pela Modalidade Comunidades foi oportunidade de conhecer as demandas dos povos indígenas amazônicos para fortalecer seus territórios, além de trocar experiência com os demais membros da comissão”, ressaltou a coordenadora de Políticas e Projetos Ambientais da Funai, Luana Machado de Almeida.


Os 25 projetos contemplados contarão com o envolvimento e a participação de povos indígenas de cerca de 70 etnias em 37 Terras Indígenas da Amazônia. 


“O apoio e a expertise da Funai têm sido fundamentais para garantir que a modalidade Comunidades esteja em consonância com a Política Nacional de Gestão Ambiental e Territorial em Terras Indígenas, além do cumprimento das salvaguardas socioambientais previstas pelo Floresta+ Amazônia no que diz respeito às populações indígenas”, avalia a diretora do Departamento de Gestão Socioambiental e Povos e Comunidades Tradicionais do MMA, Claudia de Pinho.


“Nos projetos, estão previstas atividades de conservação ambiental, recuperação de áreas degradadas, produção agroecológica, fortalecimento das cadeias da sociobiodiversidade amazônica e vigilância e proteção territorial. As ações destacam a equidade de gênero e a intergeracionalidade, com a participação de mulheres, jovens, anciãs e anciãos dos territórios”, explica a assessora técnica do Projeto Floresta+ Amazônia, Mariana Machado.


Um dos projetos contemplados foi “Memórias e ações: construindo e fortalecendo a cadeia da castanha – Mãhp gahp”, do povo Suruí da Terra Indígena Sete de Setembro, em Rondônia.  ‘’Viver na Amazônia é um constante desafio, seja pela situação do desmatamento e invasão, seja por falta de apoio com recursos. Esperamos que o projeto apoiado pelo Floresta+ possa ajudar no fortalecimento do nosso território e do nosso povo, e contribuir com a proteção ambiental’’, declarou Robson Suruí, umas das lideranças do território.


Outro projeto apoiado será o “Construção do Centro Cultural, Turístico e Comercial do Parque das Tribos” no Amazonas, que envolverá aproximadamente 25 povos indígenas do estado. "Com o apoio do Floresta+ Amazônia, vamos aprimorar e fortalecer a comunidade de artesãos dedicados à moda indígena, assim como os talentosos artistas e produtores indígenas em geral. Além disso, busca proporcionar oportunidades para que possam comercializar seus produtos de forma mais eficaz. Não se limitando apenas a isso, abraça também a expressão cultural por meio da dança, música e demais aspectos que enaltecem a riqueza cultural e conhecimento do nosso povo e dos nossos parentes", ressaltou a representante da organização União dos Povos Indígenas de Manaus, Daniele Baré. 


De acordo a presidente da Funai, Joenia Wapichana, as iniciativas apoiadas pelo Projeto Floresta+ Amazônia terão um papel fundamental para os povos indígenas da Amazônia. “Esses projetos locais têm algo singular, tornam as comunidades indígenas protagonistas em suas próprias iniciativas de desenvolvimento e conservação. Os parentes podem definir suas próprias prioridades, ações e estratégias de gestão a partir dos seus territórios, o que fortalece seu sentido de autonomia e identidade cultural”, reforçou Wapichana.


No geral, a Modalidade Comunidades vai investir mais de R$ 33 milhões somando um total de 40 projetos em territórios amazônicos. Além da população indígena, o Floresta+ Amazônia vai apoiar outras iniciativas de povos e comunidades tradicionais, como quilombolas, extrativistas e ribeirinhos, em oito estados da Amazônia Legal: Acre, Amazonas, Amapá, Maranhão, Mato Grosso, Rondônia, Pará e Tocantins. 


Sobre o Projeto Floresta+ Amazonia – É uma iniciativa do PNUD Brasil e do MMA, com apoio do Fundo Verde para o Clima (GCF). Até 2026, serão investidos um total de 96 milhões de dólares nos estados amazônicos, por meio de ações e incentivos financeiros, com pagamentos por serviços ambientais e a execução de projetos que beneficiarão diretamente as comunidades locais.  

O público-alvo do projeto inclui produtores rurais, povos indígenas, ribeirinhos, extrativistas e quilombolas que vivem na região da Amazônia, com ênfase na participação das mulheres e das juventudes locais. Atualmente, o projeto está organizado em quatro modalidades: Conservação, Recuperação, Comunidades e Inovação. 

Saiba mais: https://www.florestamaisamazonia.org.br/