O despertar do sector privado na Guiné-Bissau

11 de November de 2022

Mulheres a trabalhar na agricultura na Guiné-Bissau

UNDP Guinea-Bissau/Elena Touriño Lorenzo

O Governo da Guiné-Bissau e as Embaixadas de África do Sul, Cabo Verde e Nigéria, juntamente com o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), estão a organizar e a acolher conjuntamente a edição inaugural do Fórum de Investimento e Comércio Bissau Rising. Este fórum público assinala que mesmo se a Guiné-Bissau é um mercado pequeno e relativamente inexplorado da África Ocidental, o país conta com um potencial ilimitado de crescimento inovador e sustentável e está aberto aos negócios. 
Durante a apresentação do evento, que irá acontecer de 30 de novembro a 4 de dezembro em Bissau, o Representante Residente do PNUD Tjark Egenhoff destacou que “a hora chega, e chega para a Guiné-Bissau mudar uma imagem que devemos desenhar de uma forma realista, mas que é uma imagem com pinceladas de esperança e um olhar às oportunidades que existem. E isso tudo só é possível com as e os guineeenses”. A dinâmica do evento estará baseada no encontro entre investidores e empresários dos quatro países envolvidos na iniciativa, para criar oportunidades através da cooperação, para fomentar a innovação e para gerar novos valores. “Pretende-se estabelecer uma base sólida para o desenvolvimento de negócios e parcerias entre empresários destes países [África do Sul, Cabo Verde e Nigéria] e do nosso país”,  explica José Carlos Varela Casimiro, Ministro da Economia, Plano e Integração Regional. “O Fórum é uma grande oportunidade para apresentar as nossas potencialidades económicas assim como as nossas principais prioridades, contidas no Plano Nacional de Desenvolvimento”. 

Conferência de imprensa para a apresentação do Bissau Rising Investment Forum

UNDP Guinea-Bissau

Economia digital e infra-estruturas, energia e gestão de resíduos, economia azul e turismo, finanças, banca e seguros, indústria criativa, logística e transporte, e agricultura, água e saneamento são os setores chave que podem funcionar como catalisadores de mudanças positivas na Guiné-Bissau. Uma dessas mudanças será a construção conjunta de uma plataforma aberta para líderes empresariais, decisores políticos e influenciadores da África e não só, que sirva como base para o desenvolvimento empresarial e para o crescimento sustentável. Para Noa Noel Lehoko, Embaixador da África do Sul na Guiné-Bissau, este “evento muito importante que chega no momento certo” é um início fundamental para testar o compromisso com uma agenda africana. “Temos de promover mais comércio inter-africano atravês do acordo da Área Continental Africana de Libre Comércio”. O seu homólogo cabo-verdiano, Camilo Leitão da Graça, apelou à proximidade histórica, cultural e lingüística entre Cabo Verde e a Guiné-Bissau. “A força muitas vezes não está no tamanho do país, mas ela vem da alma, do dinamismo, e é nisso que nós tentamos contribuir”.

“Isto não é só um evento, mas um processo de acompanhamento pelas instituições amigas da Guiné-Bissau para criar um clima de negócios que seja favorável ao investimento tanto doméstico como regional, para criar empregos e perspectivas e para também criar a estabilidade que o país precisa”, sinalou o Representante Residente do PNUD na sua intervenção. A criação junto com parceiros nacionais do primeiro centro de innovação da Guiné-Bissau, que estará pronto para começar a trabalhar antes do final do ano, vai dar continuidade e apoio a um processo que não acaba a dia 4 de dezembro. “Queremos manter a conexão com os ministérios relevantes dos três países e de outros países da África para continuar com o diálogo. Também com o setor privado e o governo da Guiné-Bissau para analisar os elementos que não têm propiciado o investimento privado no passado e conseguir passar para outro patamar de discussões de aqui a um ano”, conclui Egenhoff.

Mulher a trabalhar na produção de sal solar na Guiné-Bissau

UNDP Guinea-Bissau/Elena Touriño Lorenzo

A Associação Industrial da Guiné-Bissau (AIGB), a Câmara de Comércio, Indústria, Agricultura e Serviços (CCIAS), a Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial (UNIDO) e representantes do setor privado como a empresa de telecomunicações MTN são também parceiros do Bissau Rising.