PNUD participa de diálogos sobre pagamentos por serviços ambientais no Brasil

Um dos objetivos foi receber contribuições de diferentes setores para levantar subsídios para a regulamentação e a implementação da Lei de PSA no Brasil.

3 de May de 2024

O objetivo do evento era dialogar sobre a regulamentação da Lei 14.119 de 2021, explorar os espaços de governança e conhecer experiências de Pagamento por Serviços Ambientais (PSA).

PNUD/Daniel Ferreira

Durante uma semana, a cidade de Brasília (DF) sediou o evento "Pagamento por Serviços Ambientais: Série de Diálogos Consultivos". A programação contou com a participação de profissionais liberais, pesquisadores, servidores públicos de diversos órgãos e representantes de instituições de ensino, setor produtivo, movimentos sociais e organizações da sociedade civil.

O encontro, encerrado nesta sexta-feira (3), foi realizado pelo Ministério de Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), por meio da Secretaria Nacional de Bioeconomia, com apoio do PNUD Brasil, pelo Projeto Floresta+ Amazônia, e do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA).

O objetivo do evento era dialogar sobre a regulamentação da Lei 14.119 de 2021, explorar os espaços de governança e conhecer experiências de Pagamento por Serviços Ambientais (PSA). Ainda teve o intuito de receber contribuições dos diferentes setores para levantar subsídios de forma colaborativa para a regulamentação e a implementação da Lei de PSA no Brasil.

A quinta-feira (2) foi dedicada às organizações e movimentos sociais. O Representante-residente do PNUD no Brasil, Cláudio Providas, participou da solenidade de abertura com o secretário-executivo do MMA, João Paulo Capobianco, a secretária nacional de Bioeconomia do MMA, Carina Pimenta, e do secretário-geral do Conselho Nacional das Populações Extrativistas (CNS), Dione Torquato. 

Durante a programação do evento, estiveram presentes também o representante adjunto do PNUD no Brasil, Carlos Arboleda, a coordenadora da Unidade de Desenvolvimento Ambiental Sustentável (UDAS) do PNUD, Luana Lopes, e a coordenadora do Projeto Floresta+ Amazônia, Regina Cavini, além de assessores técnicos do PNUD. 

‘’Os resultados do encontro serão sistematizados para subsidiar a elaboração de diretrizes efetivas para a aplicação da lei, garantindo a participação ativa de todos os setores envolvidos no processo e promovendo uma gestão ambiental integrada e sustentável’’, explicou Carina Pimenta.

Para o representante do PNUD no Brasil, as consultas públicas e diálogos com organizações não governamentais e movimentos sociais, juntamente com as demais oficinas envolvendo os setores produtivos e academia científica, é vital para garantir uma regulamentação inclusiva, transparente e eficaz. “A Política de Pagamentos por Serviços Ambientais será um importante instrumento para a remuneração de populações cujo papel na conservação do meio ambiente nem sempre é considerado”, ressaltou Claudio Providas.

“Pagar pelos serviços ambientais é uma forma de proteger a biodiversidade, criar oportunidades de geração de emprego e renda e de assegurar o direito daqueles que vivem nas florestas, principalmente, povos indígenas e comunidades tradicionais. Estamos estabelecendo um novo mecanismo para que se tenha o pagamento pelos serviços prestados pela natureza, e uma forma de fazer com que aqueles que protegem a natureza sejam beneficiados’’, enfatizou a ministra do MMA, Marina Silva. 

A representante da Rede Brasileira de Povos e Comunidades Tradicionais (Rede PCT), Célia Neves, da Reserva Extrativista Mãe Grande de Curuçá, saiu do Pará para participar do evento. ‘’O PSA é importante porque dá visibilidade para os diferentes segmentos populacionais que cuidam, que são guardiões dos ambientes que ocupamos milenarmente, e vivemos nossos modos próprios de vida”,  declarou. 

“É uma necessidade muito forte ter uma política que possa regulamentar essa forma de distribuição de renda para qualificar a vida dessas pessoas. A sinalização de um plano não só traz a questão dos Pagamentos por Serviços Ambientais, mas acima de tudo, dá visibilidade e reconhece as pessoas que vivem nas florestas, que vivem nos biomas brasileiros – seja no bioma Amazônico, no Cerrado, na Caatinga, seja no Pantanal, seja na Mata Atlântica’’, afirmou a extrativista Célia Neves. 

Pioneirismo do Floresta+ Amazônia 

Uma das experiências estratégicas envolvendo PSA no Brasil é o Projeto Floresta+ Amazônia – iniciativa do PNUD Brasil com o Governo brasileiro, por meio do MMA, com recursos do Fundo Verde para o Clima (GCF). Até 2026, serão investidos o montante de 96 milhões nos territórios amazônicos. Entre as ações, estão pagamentos por serviços ambientais na região, voltados aos agricultores familiares.

De acordo com a coordenadora do Floresta+, o projeto tem como pano de fundo catalisar a ação humana coletiva para responder às mudanças globais do clima, promovendo incentivos financeiros para a conservação e restauração da vegetação nativa. ‘’É um projeto-piloto histórico, pois permite, de forma pioneira, atuar para remunerar quem conserva a Floresta Amazônica por meio de compensação por serviços ambientais, alinhando a preservação da natureza com incentivos econômicos’’, afirmou Regina Cavine.

O Projeto Floresta+ fornece compensações monetárias para incentivar a conservação e restauração dos ecossistemas, prevenindo o desmatamento e a degradação das florestas, valorizando a atuação de proprietários, povos indígenas e comunidades tradicionais.

Ele também promove o cumprimento da legislação ambiental e contribui para o desenvolvimento de políticas públicas voltadas para a proteção e restauração da vegetação nativa. É, portanto, um instrumento inovador para canalizar recursos de PSA diretamente aos provedores de serviços ambientais, ou seja, aos beneficiários.

‘’Ao testar modalidades de implementação, mecanismos e instrumentos de PSA, e ao gerar lições aprendidas, o projeto tem oferecido subsídios valiosos para as discussões deste evento e para a regulamentação da Lei de PSA, principalmente na estruturação do Programa Federal de PSA (PFPSA), bem como para outros mecanismos de Pagamentos por Serviços Ambientais’’, completou Regina Cavini.

Uma das experiências estratégicas envolvendo PSA no Brasil é o Projeto Floresta+ Amazônia – iniciativa do PNUD Brasil com o Governo brasileiro, por meio do MMA, com recursos do Fundo Verde para o Clima (GCF).

PNUD/Daniel Ferreira