São Tomé e Príncipe vai produzir energia solar

Projecto conjunto entre o PNUD, BAD, UNIDO e Governo de STP prevê a produção de 2.2 MWp de energia limpa para a rede

17 de June de 2022

Vão ser instalados 1270 painéis solares para a produção de 540kwp

Edlena Barros

São Tomé - O Primeiro-Ministro, Jorge Bom Jesus e a Representante Residente do PNUD, Katarzyna Wawiernia, lançaram no dia 8 de junho, a 1ª pedra para dar oficialmente início ao processo de instalação da primeira central solar fotovoltaica do país. Localizado no mesmo espaço da central de Santo Amaro, o sistema solar terá capacidade estimada de 540kwp (kilowat pico). Este projecto está orçado em cerca de USD 690.000 financiados pelo PNUD/GEF, que além dos custos de instalação inclui também a capacitação de uma grande equipa da EMAE para a manutenção da central fotovoltaica, o fornecimento de peças sobressalentes e cobertura de 2 anos de serviços de manutenção.

Importa referir que esta central faz parte de um projeto conjunto com o Banco Africano de Desenvolvimento, que construirá a zona sul da central com capacidade estimada de 1,7 MWp e a UNIDO, que com recursos do GEF está a financiar as obras no Posto de Corte que permitirá unir em segurança e injetar na rede nacional a produção das centrais solares com a produção dos atuais grupos geradores. São Tomé e Príncipe tem vindo a sofrer, nos últimos anos, pesados encargos financeiros associados a forte dependência de combustíveis fósseis importados para a produção de electricidade. No atual contexto global de aumento considerável dos preços dos combustíveis, esta dependência poderá acarretar sérios constrangimentos para a saúde financeira do país a não ser que se encontrem mecanismos para diminuir progressivamente a produção de eletricidade com recurso ao gasóleo.  

Além da questão económica, a queima constante do gasóleo produz elevadas emissões de dióxido de carbono, fazendo do sector de energia o maior contribuinte no computo nacional de emissões de gases efeito estufa-GEE.  Ainda, o deficiente tratamento de resíduos derivados da manutenção dos geradores acrescenta ainda maior gravidade à capacidade de poluir o ambiente desta forma de produzir os 93% da eletricidade que consumimos em São Tomé e Príncipe.

Para aliviar este desafio de desenvolvimento o Governo está comprometido em acelerar a transição energética e permitir que progressivamente sejam utilizadas outras fontes como a solar ou a hídrica. Como STP é um país de reduzida dimensão, soluções a pequena escala, como é o caso desta central, contribuirão para a melhoria da situação atual.  

 As Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDC) recentemente atualizadas, espelha bem este compromisso de redução das emissões de GEE provenientes do sector da energia através dum incremento das energias renováveis até 49Mwp, principalmente em solar, hidroelétrica e biomassa. 

Estas prioridades alinham com os Objectivos de Desenvolvimento Sustentável 7 e 13 no âmbito da Agenda 2030 da ONU. Nesse sentido, o PNUD, em colaboração com o BAD e a UNIDO, está a apoiar o governo na execução destes planos. O trabalho conjunto destas três agências reafirma o compromisso assumido pelo país relativamente a proteção do ambiente e adoção de medidas capazes de diminuir o impacto das mudanças climáticas.

 

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Para mais informações queiram contactar:
Edlena Barros – edlena.barros@undp.org